22 de junho de 2006

MORRO DO QUE HÁ NO MUNDO

Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi.
Morro do que vivi.


Morro comigo, apenas:
com lembranças amadas,
porém desesperadas.


Morro cheia de assombro
por não sentir em mim
nem princípio nem fim.


Morro: e a circunferência
fica, em redor, fechada.
Dentro sou tudo e nada.




Cecília Meireles.

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