TODOS OS VERBOS, TODOS OS VERMES
Compreender é uma vontade como a morte é uma compreensão. A morte nos empurra a entender que há o silêncio e o musgo, e desse vazio que se move o desejo de ser que é o desejo de saber, como um verbo. E os vermes estão cheios de desejos. E ser conjuga-se com todos os verbos. O que falam os verbos? Senão falar, fazer, dizer, o que fazem os vermes? Bem... isso ainda começastes a compreender. Tudo bem, há mais frases para dizer do que todas que já foram escritas. E isso é possível, basta gritar para atravessar aquele rio, e perguntar ao além se dá vau. Todos os verbos fazem o homem e nenhum será ele. A escrita é o simulacro de Deus. É um verme como o verbo que apodrece em ruído e cheiro nauseantes, da nave, essa nau, a podridão, que nos leva de onde viemos, o lugar do Nenhum.
Benilton Cruz.
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