14 de agosto de 2011

PLENILÚNIO



Desmaia o plenilúnio. A gaze pálida
Que lhe serve de alvíssimo sudário
Respira essências raras, toda a cálida
Mística essência desse alampadário.

E a lua é como um pálido sacrário,
Onde as almas das virgens em crisálida
De seios alvos e de fronte pálida,
Derramam a urna dum perfume vario.

Voga a lua na etérea imensidade!
Ela, eterna noctàmbula do Amor,
Eu, noctâmbulo da Dor e da Saudade.

Ah! Como a branca e merencória lua,
Também envolta num sudário - a Dor,
Minh'alma triste pelos céus flutua!


Augusto dos Anjos.


1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Ainda bem que não dormi antes de ler isso... [Eu, noctâmbulo da Dor e da Saudade.]

2:33 AM  

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