19 de novembro de 2006

VOLÁTEIS



Anos andando no mato,
nunca vi um passarinho morto,
como vi um passarinho nato.

Onde acabam esses vôos?
Dissolvem-se no ar, na brisa, no ato?
São solúveis em água ou em vinho?

Quem sabe, uma doença dos olhos.
Ou serão eternos os passarinhos?


Paulo Leminski.

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