25 de novembro de 2006

PAI TRINITÁRIO



Pai trinitário que me salvaste

Do descaminho, da treva escura,

Perdoa o filho que ainda perdura

Na sua confusa perversidade.

Perdoa o filho, a sua loucura,

Feito de barro, de luz impura,

Perdoa o Filho, de humanidade

Manchado, aflito, na sua cidade

Feita de asfalto, de aço e guindaste.

Todo pecado, levando-o em rubro

Sangue perene, no qual descubro

Meu nome e origem, minha futura

Rede onde, à noite, submerso em sono,

Hei de encontrar-me de novo, dono

Da eternidade, da eternidade.




Hélio Pellegrino.

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