14 de outubro de 2008

POESIA FÚNEBRE



Mão servil que o ventre da terra;
Cava.. .A vala além das raízes;
Ao calar da boca os dizeres;
As súplicas de ajuda que espera;

Derrama-se a terra sobre a púrpura urna;
Onde jaz o coração de poeta;
Antes morto que a própria carne;
Que dia a dia em sua melancolia se afunda;

Mas é, em verdade teu corpo caixão;
Teu quarto a tua cova;
A cantiga fúnebre a tua trova;

A ressoar na indiferença;
Dos seres que enterram tua herança;
Teu espírito transbordando de paixão.

Fernando de Souza Castro.