25 de abril de 2010

OBSCURA POESIA



A obscura poesia arde em minhas veias, dilacera as entranhas de meu ser, ferindo de forma profunda minha carne jovial. Poesia voraz estoura os balões de pensamentos e com torpor impiedoso lança-me em um vale de dor, onde o sofrer é constante.

Poesia ditada por profusão de lágrimas cálidas. As palavras grotescas lançam-se sobre o papel. Com ranger nos dentes escrevo a poesia filha da dor.

Não há nada de belo ou de bom por aqui, só existe a dor estampada no papel, somente a lastima e a desesperança. Vou redigindo de forma endoidecida o caos do existir... e meus olhos raiados de sangue nada conseguem ver no porvir.

Bem sei que a dor é má conselheira, que ela consome a beleza dos dias, mesmo sendo sabedor, sem protestar a abraço em um abraço triste e sem graça. Assim acalmo os clamores de socorro do meu espírito. Compreendo neste abraço letárgico que aceitar a fúria da dor é um bálsamo, que alivia o passar doloso dos dias.

Padeço! Eu poeta confuso, padeço! Aceitando a dor e a verdade dos dias. Padeço!

E assim sem querer sem entendido, aceitando a dor, extasiado pela dor, dou vida à obscura poesia.


Robson.